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terça-feira, 30 de julho de 2013

Cuidado onde pisa

E eu pisei, ou melhor, NÃO pisei no terceiro degrau de uma escadinha de tres degraus, pois ele não existia.

Meu amado mestre topou me levar para fotografar um espetáculo teatral como eu havia dito. O espetáculo havia começado, (por sinal um espetáculo mesmo: Cabaré, do grupo teatral Rinoceronte), a plateia totalmente às escuras... clica daqui, clica dali, troca o ângulo, troca a lente, clica mais e mais, dá volta por trás da plateia, não pode passar na frente do palco, cuidado com os degraus da escada central da plateia, tranquilo, “tô” de tênis, tudo escuro, sem problemas, será que ali é uma escadinha? É sim, ..câmera no pescoço, mão direita me apoiando na parede, tudo escuro, primeiro degrau...... segundo degrau.....e................
CADÊ O TERCEIRO DEGRAU  ?????   

Quem me conhece pessoalmente sabe que estou longe de ser levinha, magrinha, sequinha, delicadinha....pois então, esta “leveza”  desabou sobre meu pé esquerdo...
Caí no chão, (não tinha degrau mas tinha chão láááá embaixo) na altura da cabeça de uma espectadora, que deu um berrinho de razoável sonoridade, quando viu que, do nada, surgia ao seu lado uma criatura saída das trevas...

“Ahhhhhhhh...Tudo bem? Tá doendo?”

“Não, não foi nada”. Fiz uma massagem rápida e continuei a fotografar...click..click...”ai ....agora tá doendo, vou ficar sentada um pouco”...click...click...”vai passar”...click ...click...”hum...tá inchando “.

Rumo ao hospital, então...agora cliques apenas do radiologista..
.
“Voce é uma pessoa de sorte” - bradou o ortopedista de trás das radiografias - “Não quebrou, não luxou, nada. É só colocar um gelinho...”

Ok, gelinho, cliques, mancando, gelinho, aula de fotografia, mancando, gelinho, workshop de fotografia da natureza, mancando, cliques, gelinho, fotos de florzinha, mancando... foram assim as próximas duas semanas.....até que meu médico me viu assim e falou:

“Isso tá errado, quero ver a radiografia, leve ao meu consultório.” 

“Mas hoje a gente vai tomar cerveja na casa do Beto.”

“Passa antes no consultório, tá?”...“Tá...”

Passadinha rápida para levar a radiografia, antes de tomar cerveja com os amigos. Cheguei de taxi.
“Moço, vou seguir no taxi, é rapidinho, o senhor pode esperar um pouquinho? Já estou voltando.”

"É melhor você dispensar o taxi...”  Disse o médico, depois que viu a radiografia.

Pé começando a doer - Grupo Teatral Rinoceronte

Antes do ocorrido - Grupo Teatral Rinoceronte

Não dá mais, rumo ao hospital - Grupo Teatral Rinoceronte

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Põe no automático e sai clicando ???

Nada disso, vamos aprender fotografia de verdade. 

Minha irmã comprou uma Canon bacana e se matriculou em um curso respeitável.

Eu “herdei” uma Canon bacana do meu filho e me matriculei em um curso “de grátis” oferecido por uma fundação cultural de minha cidade. Acontece que não era um curso para iniciantes em fotografia, pelo contrário, era bem avançado.

Primeira aula: “Peguem suas 70-200mm 2.8.”

                    “Oi?”

                    “Mirian, qual leitura você faz desse histograma?”

                    “Oi?”

                    "Tá todo mundo em raw?”

                    “Oi?”

Pois é, né? Assim foram os próximos três meses. Eu anotava essas barbaridades e saía pesquisando e perguntado ao meu filho, dono da “minha” Canon.

Como aprendi fotografia de trás para frente, arrumei um professor particular excelente para dar uma arrumadinha no meu “célebro fotográfico”.  Este professor, além de ser um excelente fotógrafo, era também muito paciente.

“Voce tem que me levar com voce para fotografar”.

“Voce tem que me levar com voce para fotografar”.

“Voce tem que me levar com voce para fotografar”.

“Ok, Mirian, amanhã eu vou com a Cristina (um show de fotógrafa) fotografar uma peça de teatro, você pode ir, se quiser. Mas fotografia de peça de teatro é diferente, não se pode ligar o flash, nem pensar em passar na frente do palco, é tudo muito escuro, cuidado por onde pisa.....”

E eu fui...quem me conhece já sabe o que aconteceu...rs



 A primeira foto da primeira aula de fotografia 


mirianlamy@hotmail.com
Andanças fotográficas

Indo para aula de fotografia

Aula de fotografia



domingo, 28 de julho de 2013

Fotodiodos sobre silício

Não, não é uma experiência extracorpórea...é o principio básico do sensor da câmera digital....e o kiko se eu prefiro o triacetato de celulose e seus amiguinhos, no filme fotográfico tradicional?

Como havia dito, minha irmã também fotografa e muito, melhor e há mais tempo que eu. Na verdade, somos uma dupla, as “Irmãs Kodak”, apelido carinhoso, “tripudioso” e detentor de algum sarcasmo, dado pela nossa família. 

As Irmãs Kodak, que também podem ser chamadas de Dedo Nervoso no Obturador, sempre fotografaram tuuuudo.... família, almoços, sobrinhos em todas as idades, posições, de cima pra baixo, de baixo pra cima, as mil caretinhas, com o vovô, com a titia, com a madrinha, com o vizinho....e mais....passeios, viagens, paisagens, montanha, praia, lojinhas, lembrancinhas, gatos, gatinhos, florzinhas, mais florzinhas....

É claro que pessoas assim possuem quilômetros e quilômetros de negativos de fotos melados, derretendo (afinal a beleza do triacetato de celulose também cansa) e montanhas daqueles albinhos da DePlá, enfiados nos gavetões de armários, em caixas de papelão , embaixo da cama, nas prateleiras da cozinha, embaixo do armário da sala.....chega, precisamos de câmeras digitais !!!!!!!

“Imagina...não quero, ficam aquelas fotos bobocas no computador, cadê o charme da foto impressa?”, foi o que eu disse para minha irmã.

Em vão, porque no Natal seguinte, é claro que minha irmã me presenteou com o meu primeiro fotodiodo sobre silício, minha Sonynha Cyber-Shot 7.2 mega pixels, até Papai Noel se rendeu à cobiça...

Então, põe no automático e sai clicando...

sobrinho - com a Sony Cyber-Shot


família - com a Sony Cyber-Shot

paisagem - com a Sony Cyber-Shot

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O velho companheiro

                            E o que é triacetato de celulose mesmo? Bora para o Google:

“Filme fotográfico ou película fotográfica, (por vezes abreviado por filme ou película), utilizado em fotografia, é constituído por uma base plástica, geralmente triacetato de celulose, flexível e transparente, sobre a qual é depositada uma emulsão fotográfica. Esta é formada por uma fina camada de gelatina que contém cristais de sais de prata sensíveis à luz que chega a ela através da lente da câmera.”(Fonte: Wikipédia)
Ah tá.... Então posso dizer que o triacetato de celulose e os cristais de sais de prata são meus velhos companheiros. Velhos companheiros em viagens com a família, festinhas de aniversários de meus filhos, paisagens e mais paisagens...

Era um tempo pra lá de emocionante. Quem não viveu a fotografia analógica, onde usávamos o famoso filme fotográfico (ou seja o tal triacetato de celulose e seus amiguinhos), perdeu a emoção de:

-Fotografar sem saber se está bom;

-Acabar um filme e sair correndo para revelação;

-Esperar cinco dias para ficar pronto (inconcebível naquela época, a tal revelação em uma hora...nada, tinham que mandar o filme na caixinha para São Paulo, esperar o malote da segunda-feira, etc...);

-Buscar as fotos, que eram entregues dentro de um envelope;

-Abrir o envelope e verificar que um filme de 36 poses, lhe renderam 10 (ou quase isso) mais ou menos lindas fotos.

Era quase sempre assim: ‘Não é possível, moço, era um filme de 36 fotos e o senhor só me entregou 10 (ou quase isso)!!!”

“Senhora, sinto muito, mas a senhora está com problemas na hora de regular a abertura e a velocidade.”

“Como assim regular a abertura e velocidade??? Eu só apertei o botão da máquina. Tá certo que tive que abrir a máquina para botar o filme, tive que mexer mesmo na abertura da máquina...... mas velocidade???......caramba, moço, esta foto é de uma pose de minha família, tá todo mundo parado, cadê a velocidade ????????”...

O lado bom é que eu gastava bem pouquinho com a revelação de minhas fotos, pois a gente só paga pelas fotos que ficam mais ou menos lindas.


Agora me deu uma saudades do meu velho companheiro...

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Coisa (triacetato de celulose)

      
a coisa do meu avô

a coisa do meu pai
a coisa da minha irmã


         A coisa começou cedo na família. Meu avô já era apaixonado, fazia muito e muito.Não perdia uma chance, fazia cada vez melhor. Se esmerava, se dedicava, cuidava para que desse tudo certo e tratava como uma verdadeira arte. No tempo dele, os recursos técnicos eram escassos, mais uma razão para a dedicação ser total. 

          Aí veio meu pai. Absolutamente encantado com a coisa, Tornava-a mais bela e prazerosa. Sua dedicação à coisa era invejável. Seu aprimoramento era constante. Ele não se furtava em dedicar boa parte de seu tempo à coisa e sempre conseguia belos resultados.

          Minha irmã seguiu à risca os preceitos e cuidados de meu pai com a coisa e sempre apresentou coisas excelentes. Ela realmente se dedicou e se dedica à coisa até hoje.

           Dispensável dizer que tambem acabei sendo envolvida com a coisa e hoje me orgulho muito disso. Sempre fiz a coisa de um jeito amador, sem conhecer direito os fundamentos técnicos. No entanto, de um tempo para cá, decidi buscar mais conhecimento sobre a coisa. 

           Gente, fotografar é uma COISA...

           E o que é triacetato de celulose mesmo?